O legado de Gustavo Gutierrez é o caos

O processo revolucionário latino americano na igreja católica

A morte de Gustavo Gutiérrez em 2024 propõe o fim da trajetória de um dos personagens mais terríveis do cenário teológico latino-americano. Pai da Teologia da Libertação, Gutiérrez foi responsável por introduzir uma interpretação revolucionária da fé cristã, colocando-a como uma ferramenta para a transformação social. Suas ideias, profundamente influenciadas por conceitos marxistas, não apenas distorcem a fé em direção à política de esquerda, mas também geraram sérias consequências, principalmente no contexto latino-americano, onde movimentos revolucionários nela encontraram uma justificativa ideológica.

A Teologia da Libertação inverteu a ordem tradicional do cristianismo ao substituir o objetivo espiritual da salvação pela busca de uma “libertação” política e social. Em vez de centrar-se no desenvolvimento da virtude e na transcendência, Gutiérrez e seus seguidores transferiram o foco para a luta de classes marxista, onde os pobres eram automaticamente vistos como “santos” oprimidos e os ricos como “pecadores” opressores (como em todo movimento revolucionário marxista) . Essa atuação alimenta divisões sociais profundas, levando a conflitos internos em diversas nações da América Latina.

O impacto dessas ideias foi desastroso, tanto dentro da Igreja quanto para o povo como um todo. A politização da fé, promovida pela Teologia da Libertação, elaborada no enfraquecimento da autoridade moral da Igreja, que passou a ser vista por muitos como um “ator” político, ao invés de uma instituição espiritual, afastando assim boa parte dos cristãos que viam em sermões de padres e bispos adeptos dessa ideologia como algo de errado. Além disso, ao adotar uma postura revolucionária, muitos líderes religiosos acabaram por apoiar regimes autoritários que usaram o termo “justiça social” como fachada para consolidar seu poder e perseguir dissidentes. Um exemplo claro dessa aparência foi a Nicarágua dos sandinistas e a Venezuela chavista, com governos marcados pela repressão política e a falência econômica de seus países.

A Teologia da Libertação, ao promover o ódio entre as classes e fomentar a divisão entre ricos e pobres, também abriu caminho para outros movimentos revolucionários. Movimentos como as FARC na Colômbia e outras guerrilhas latino-americanas adquiriram os princípios dessa “teologia” para explicar suas ações armadas, o que agravou conflitos internos e levou à morte de milhares de civis. A ideia de que a fé cristã poderia ser um instrumento de “luta política”, ao invés de reconciliação e salvação, não só distorceu o evangelho, como também desestabilizou a paz social em diversas regiões.

Longe de ser uma solução para todos os homens, como seus adeptos dizem ser, a Teologia da Libertação criou mais divisões, fomentou regimes opressores e subverteu os valores espirituais que deveriam estar no centro da vida cristã. Gutiérrez, ao propor essa radicalização travestida de fé, deixou um legado que destruiu famílias, incentivou o pecado e a blasfêmia, aprisionou sociedades inteiras em novos ciclos de opressão, violência e desilusão.

O mundo se vê livre não dessa ideologia devastadora, que ainda causará muitos males fingindo agir em nome da santa Igreja, mas ao menos o mundo está livre da presença maligna de seu criador.

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