Com número recorde de drones lançados, tensão na Ucrânia e Rússia cresce em meio ao reforço militar da Coreia do Norte na região
Rússia e Ucrânia realizaram, no último final de semana, um dos maiores confrontos aéreos desde o início da guerra, com centenas de drones lançados de ambos os lados. Segundo autoridades ucranianas, Moscou lançou 145 drones contra Kiev na noite de sábado (11/09). Em resposta, Kiev teria disparado 34 drones sobre o território russo no domingo (11/10), elevando a tensão nas regiões afetadas.
Na Ucrânia, os sistemas de defesa aérea conseguem interceptar a maioria dos drones, mas o volume dos ataques preocupa. Com as ofensivas de sábado, a Rússia ultrapassou 1.500 ataques aéreos contra Kiev apenas na semana passada. Dados divulgados pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicam que foram lançadas cerca de 800 bombas aéreas guiadas, 600 drones e quase 20 missões apenas nesse período.
Em solo russo, os ataques causaram transtornos nas regiões de Ramenskoye, Kolomna e Domodedovo, perto de Moscou. A queda de destruição de drones provocou incêndios em duas casas em Ramenskoye, ferindo uma pessoa. O ataque também levou à interrupção temporária das operações nos aeroportos de Domodedovo e Zhukovsky, gerando mais preocupações com a segurança civil.
O aumento das hostilidades dos soldados ocorre em um momento delicado, logo após a chegada de 11 mil norte-coreanos para fortalecer o exército russo. Destes, aproximadamente 8 mil foram deslocados para a região de Kursk, próxima à fronteira com a Ucrânia, onde há especulações de que se apresentarão para uma nova ofensiva nos próximos dias.
Há um temor crescente de que o envolvimento de tropas norte-coreanas intensifica o conflito para além da Ucrânia, provocando uma crise multirregional. Na última semana, a Coreia do Sul anunciou o envio de uma delegação para Kiev para discutir possíveis “medidas de cooperação”, em um sinal de que as contribuições podem se estender também para a península coreana.