Cuba comunista inicia racionamento de carne na ilha

O governo cubano reduz a distribuição de carne de frango para 345 gramas por mês, agravando a já crítica situação alimentar da ilha dominada pelo regime comunista cubano

A crise de abastecimento em Cuba, país controlado por uma ditadura comunista há mais de 65 anos, atinge um novo patamar. A ditadura cubana anunciou que a distribuição de carne de frango será reduzida para apenas 345 gramas POR MÊS nas regiões do interior da Província de Santiago de Cuba. Para os moradores da capital da província, o cenário não é muito melhor, com a quantidade limitada a 450 gramas por mês.

A decisão foi divulgada oficialmente no programa de televisão local, e a nova distribuição começa a valer a partir de amanhã, quarta-feira (23/10). Enquanto isso, gestantes e crianças com doenças crônicas terão uma quantidade extra de frango como parte das dietas especiais: somente 900 gramas POR MÊS adicionais serão destinados a grávidas e a 173 crianças que necessitam dessas dietas.

População enfrenta filas e desespero

Nos últimos dias, cenas de desespero tomaram as ruas de Santiago de Cuba. Na terça-feira passada (15/10), centenas de moradores formaram filas gigantescas que se estenderam por diversos quarteirões sob o sol escaldante, tudo na esperança de conseguir uma pequena porção de frango para alimentar suas famílias. Para muitos, o frango, que antes era um item um pouco mais acessível, tornou-se um artigo de luxo nas prateleiras da ilha dominada pela ideologia socialista, refletindo uma crise profunda que atinge tanto a cesta básica quanto os mercados que utilizam moedas estrangeiras.

A escassez tem origem na redução das importações do produto por parte da ditadura comunista cubana, conforme indicam dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. De janeiro a julho de 2024, as importações de frango para Cuba caíram drasticamente, intensificando ainda mais a escassez de alimentos no país.

Pão menor e muito mais caro

Além do frango, o pão também sofreu cortes. Em setembro, o Regime Comunista Cubano anunciou a redução do peso do pão que compõe a cesta básica, de 80 gramas para 60 gramas, em resposta à escassez de farinha de trigo. O preço foi ajustado de 66 para 75 centavos de peso cubano, mas para muitos cubanos, que ganham uma média de 4,5 mil pesos, pouco menos de 10,00 dólares por mês, o custo continua fora do alcance, especialmente para aqueles que tentam comprar fora do subsídio estatal estipulado pelo regime comunista.

“Temos de aceitar, o que mais podemos fazer?”, desabafou uma moradora de Havana à agência Reuters. A falta de opções é um reflexo da crise profunda que afeta a ilha controlada pelo Partido Comunista de Cuba. O pão, um dos poucos produtos ainda subsidiados pelo governo comunista, está cada vez mais escasso devido à baixa produção local e à escassez de insumos. Segundo o Ministério da Indústria Alimentar (Minal), a ilha comunista precisa de cerca de 700 toneladas de farinha diariamente, a maior parte importada, para garantir a produção básica de pão.

Anayra Cabrera Martínez, diretora-geral do Minal cubana, esclareceu que essa redução no peso do pão não é definitiva, mas uma medida emergencial para evitar interrupções na produção, que já ocorreram nos meses anteriores. “É preferível reduzir a quantidade do que interromper totalmente a produção”, afirmou.

Um futuro incerto

A situação alimentar em Cuba continua a deteriorar-se. A escassez de alimentos, combustíveis, energia e medicamentos gerou um recorde de êxodo de cubanos para os Estados Unidos. Os cidadãos enfrentam preços exorbitantes em produtos básicos, como arroz, que pode custar até 200,00 pesos cubanos por meio quilo, e carvão, utilizado como alternativa para cozinhar, vendido entre 500,00 e 700,00 pesos.

Moradores de Santiago de Cuba expressam indignação com as crescentes altas dos preços para conseguir suprimentos essenciais, em um país onde o salário médio não acompanha a inflação dos preços de itens básicos. “Não é só falta de comida, é falta de tudo”, disse um residente local. Mesmo com a promessa de órgãos do regime comunista garantirem uma distribuição mínima, a insatisfação cresce, alimentada por longos racionamentos, produtos insuficientes e um modelo político marxista fracassado que nunca ofereceu soluções contra a fome e a miséria.

A medida de racionamento do frango e a redução do peso do pão são apenas mais dois episodios de uma crise permanente que parece não ter fim. A população cubana, já habituada a privações impostas pelo Regime Comunista, se vê cada vez mais encurralada por uma ditadura que tenta manter o controle de sua população em meio à escassez permanente e generalizada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top