Falta de ação do governo Lula eleva preocupações do mercado com inflação

Gastos públicos descontrolados do governo Lula pressionam inflação, enquanto Selic deve subir e mercado financeiro revisa para cima inflação, câmbio e PIB

O cenário econômico brasileiro enfrenta um alerta crescente com a inflação projetada para atingir o teto da meta em 2024. Analistas consultados pelo Banco Central, no Boletim Focus desta segunda-feira (21/10), preveem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 4,5% até o fim do ano, refletindo as preocupações com a falta de controle nos gastos públicos do governo Lula (PT). Essa previsão reforça o temor do mercado interno e externo sobre o impacto da má gestão fiscal.

A inércia do governo Lula em conter os gastos preocupa especialmente porque a inflação já está pressionando as decisões do Banco Central. A Selic, taxa básica de juros, que atualmente está em 10,75%, deve ser elevada novamente, chegando a 11,75% no fim de 2024. Este aumento é visto como necessário para tentar conter a alta dos preços, que tem persistido em subir, com o IPCA ultrapassando a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa projeção de inflação vem sendo revisada para cima por três semanas consecutivas, aumentando o pessimismo dos agentes financeiros. Além disso, a estimativa de inflação para 2025 também foi ajustada, de 3,96% para 3,99%, um sinal de que o mercado está cético quanto à capacidade do governo em promover medidas eficazes para conter a alta de preços no longo prazo.

Michael, um economista ouvido pela reportagem, reforça o que já é um consenso entre os analistas: “O governo Lula não tem conseguido frear os gastos públicos. Isso está gerando inflação e afastando a confiança dos investidores, o que só piora a situação econômica no país.”

Preocupações com taxa Selic e câmbio

O impacto do descontrole fiscal também está sendo sentido na política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne em novembro, deve revisar novamente a taxa Selic, seguindo a tendência do mercado de mantê-la elevada para tentar conter a pressão inflacionária. Contudo, essa elevação tem sido criticada por Lula e seus aliados, que argumentam que juros altos prejudicam o crescimento econômico e dificultam a recuperação das pequenas e médias empresas.

Outro ponto de preocupação é o câmbio. A projeção para o dólar foi revisada para R$ 5,42 em 2024, uma leve alta em comparação com a semana anterior. Esse aumento reflete a apreensão sobre a política econômica brasileira, que não tem sido capaz de atrair a confiança dos investidores, impactando diretamente o valor da moeda.

Crescimento do PIB e iniciativas de Haddad [Taxad]

Apesar das pressões inflacionárias e das críticas à política de juros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem ressaltado o crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão do mercado foi revisada de 3,01% para 3,05% em 2024, o que Haddad atribui às iniciativas de incentivo ao empreendedorismo e ao crédito, especialmente voltado para micro, pequenas e médias empresas.

Na sexta-feira (18), Haddad reforçou a importância de programas como o Acredita, que busca ampliar o crédito a setores mais vulneráveis da economia, como beneficiários do Bolsa Família. No entanto, o otimismo do ministro contrasta com a avaliação do mercado, que continua a ver grandes desafios à frente, especialmente se o governo não conseguir controlar os gastos públicos e implementar reformas que estabilizem as contas do país.

Resultado preocupante

Com o aumento das preocupações inflacionárias e a falta de uma resposta contundente do governo Lula, a economia brasileira caminha para um 2024 preocupante. O mercado segue atento, revisando para cima suas projeções, tanto para inflação quanto para o câmbio, enquanto o governo federal patina em equilibrar as contas públicas e a recuperação econômica em manter as metas fiscais.

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