O Comandante do Exército, general Tomás Paiva, causou desconforto entre oficiais ao criticar publicamente militares ligados ao governo Bolsonaro, levantando questionamentos sobre a tentativa do governo Lula de controlar as Forças Armadas e a influência do STF nas nomeações.
O clima nas Forças Armadas está tenso. O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, atual comandante do Exército, escolhido a dedo por Lula, fez duras críticas a oficiais que trabalharam diretamente com o governo de Jair Bolsonaro. As declarações aconteceram durante o Curso Preparatório para o Comando (CPCOM), realizado em outubro de 2024, reunindo mais de 300 oficiais em Brasília. No entanto, ao invés de fortalecer a liderança militar, o evento criou um ambiente de desconforto e insatisfação, acendendo uma crise interna no Exército.
Com regras importantes, como a classificação do uso de celulares no ambiente do curso e a exigência de cumprir um termo de confidencialidade, o curso foi marcado pelas críticas públicas do general Tomás Paiva, do coronel Correia Neto, do tenente-coronel CID e do major De Oliveira, acusando-os de falta de ética. A atitude gerou um misto de surpresa e revolta entre os presentes, que viram na ação uma possível perseguição política de Paiva. O episódio rapidamente se inseriu entre as unidades militares, onde Paiva passou a ser apelidado de “General Mortadela” por oficiais mais jovens, que se identificavam com ideias conservadoras e apoiavam o ex-presidente Bolsonaro.
Disciplina ou perseguição política?
Dentro das Forças Armadas, a crítica pública a oficiais é algo raro e mal visto. Para alguns, a postura de Tomás Paiva foi um movimento necessário para impor disciplina, especialmente em tempos de polarização política. Contudo, para a maioria, o ato foi entendido como um gesto de retaliação, sufocando qualquer oposição ao governo Lula e às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram alvo de duras críticas por parte dos militares devido às perseguições políticas contra apoiadores de Bolsonaro.
Muitos oficiais enxergam na escolha de Paiva uma tentativa do regime PT-STF de controlar as Forças Armadas, moldando uma estrutura militar para seguir um caminho mais “amigável” aos interesses do governo e das cortes superiores brasileiras. “Essa atitude parece mais uma forma de perseguir desprotegidos do que garantir uma disciplina. O Exército nunca foi palco para esse tipo de exposição e retaliação pública e política”, comentou um oficial presente no evento, que pediu para não ser identificado.
Impacto na moral e na liderança militar
O ambiente no curso foi descrito por oficiais como “pesado”, comparado a um “velório”, diante das críticas do comandante do Exército. Em vez de inspirar motivação e respeito, as palavras de Paiva minaram a moral dos participantes, gerando um clima de insegurança e indignação. “Estávamos ali para nos preparar para liderar, mas saímos questionando o futuro da nossa instituição e do Brasil, e não uma opinião ou escolha política do ‘General Mortadela’”, afirmou um oficial.
Na época, a escolha de Paiva por Lula foi vista como estratégica, especialmente após quatro anos de aproximação entre o Exército e a gestão técnica durante o governo Bolsonaro. No entanto, a falta de relevância anterior de Paiva, mesmo ocupando postos de destaque no Exército, levantou dúvidas sobre a sua real capacidade de comandar uma instituição que, tradicionalmente, preza pela neutralidade política. Sob o comando de Paiva, há a desconfiança de que o Exército possa ser transformado em um braço subserviente aos interesses do PT e do STF, especialmente diante das decisões judiciais recentes que têm perseguidos opositores ao governo Lula e liberdades limitadas.
O futuro do Exército sob o comando de Paiva
A liderança de Tomás Paiva no Exército está em cheque. Suas atitudes e a forma como impôs disciplina nos últimos meses levantam dúvidas sobre o futuro das Forças Armadas no Brasil. A coesão interna, elemento fundamental para o bom funcionamento da instituição, parece estar ameaçada pela divisão política que agora permeia os quartéis. Para os militares indignados com as perseguições políticas no Brasil, impostas pelo STF contra opositores de Lula, a nomeação de Paiva e suas recentes ações são um sinal claro de que há uma tentativa de desmobilizar a opinião da tropa sobre as ilegalidades do Regime PT-STF contra cidadãos inocentes.
Essa situação evidencia o equilíbrio delicado entre disciplina militar e influência política. Até o ponto em que a neutralidade das Forças Armadas pode ser mantida quando a liderança parece estar a serviço de interesses específicos? O futuro da instituição depende, em grande parte, de como essa crise será administrada nos próximos meses. Caso o Exército continue a seguir esse rumo, o Brasil poderá ver uma mudança significativa na forma como a instituição atua, impactando diretamente a estabilidade política e militar do país.
Tensão crescente: governo Lula e STF sob suspeitas
A intervenção do STF nas nomeações envolvendo membros das Forças Armadas e ex-aliados de Bolsonaro também levanta questões sobre o papel das cortes superiores na condução do país. Desde a eleição de Lula, o STF tem sido apresentado cada vez mais presente em decisões que cabem ao parlamento ou ao governo, além de restrições de direitos e perseguir opositores. Para muitos, trata-se de uma tentativa coordenada de acabar com as liberdades no Brasil, utilizando a máquina do governo e o Judiciário para sufocar qualquer resistência.
Nesse cenário, as Forças Armadas, historicamente vistas como uma instituição neutra, acabam se tornando um campo de batalha. Com um comandante alinhado ao governo, como Tomás Paiva, e uma Suprema Corte que tem atuado de forma questionável, resta saber como o Exército Brasileiro, diante dessas situações, conseguirá manter sua integridade e foco na defesa nacional.
O estágio dessa crise pode não afetar apenas a estrutura militar, mas também impactar profundamente o futuro da política no Brasil.