Gustavo Gutiérrez morre aos 96 anos
Morreu ontem, terça-feira (22), aos 96 anos, o peruano Gustavo Gutiérrez, sacerdote dominicano que se tornou o ícone da Teologia da Libertação — um movimento que, sob a máscara de um idealismo benevolente, sempre escondeu uma agenda revolucionária de esquerda infiltrada na Igreja Católica. Nas décadas de 1970, essa corrente de pensamento não apenas seduziu sacerdotes e intelectuais, mas também ajudou a moldar a face do Partido dos Trabalhadores (PT). Uma verdadeira subversão que distorce a essência da fé cristã.
Gutiérrez, em seu lixo pseudo-teológico, lançou as bases de sua ideologia numa conferência em 1968, intitulada “Hacia una teología de la liberación”. Em 1971, com o livro “Teología de la liberación. Perspectivas”, ele pavimentou o caminho para um cristianismo que flerta abertamente com o marxismo — uma incompatibilidade escandalosa que deveria causar arrepios em qualquer verdadeiro fiel.
A afirmação de que sua teologia responde aos problemas sociais é, no mínimo, uma piada de mau gosto. No marco inicial de sua obra, Gutiérrez não hesita em citar Karl Marx, revelando a verdadeira natureza de sua proposta: “A luta de classes é um dos problemas cruciais que, presentes no mundo de hoje, atingem a vida e a reflexão da comunidade cristã e não podem ser esquivados por mais tempo.” Essa frase ressoa como um chamado à revolução, e não como uma mensagem de amor cristão.
Em suas obras, são dezenas de menções revolucionárias à tudo que a Santa Igreja tanto condena. Além da eterna luta de classes, que se manifesta no confronto entre leigos e clero, assistimos, perante as obras de Gustavo, a uma grotesca mutação da verdadeira redenção cristã, transformada em um anseio por um bem-estar social que serve mais aos desígnios revolucionários dos movimentos e partidos do que à fé genuína. Segundo essa visão distorcida, o Reino de Deus começaria a se manifestar já nesta vida, mas sob a égide de uma política claramente esquerdista. Nesse cenário, o capitalismo e as ideologias de direita são rotulados como os verdadeiros inimigos da fé.
A resposta do Vaticano a essa fúria revolucionária não se fez esperar. Em 1979, durante a conferência-geral do episcopado latino-americano em Puebla, São João Paulo II deixou claro que a “autêntica libertação do homem” reside na salvação em Jesus Cristo, e não em qualquer ilusão de “libertação” política, econômica ou social. O Reino de Deus, como o Papa enfatizou, não é uma mera extensão do “reino dos homens”. A missão da Igreja é anunciar a verdadeira libertação do ser humano, que deve partir, antes de tudo, do reconhecimento do pecado e da ação do Maligno. É um chamado à verdadeira conversão, que se opõe frontalmente a essa tentação de reduzir a fé a um projeto político satânico.
No entanto, num desvio curioso da lógica, Gutiérrez acabou por estabelecer relações amistosas com o Vaticano, chegando até a ser recebido por Papa Francisco – quem diria – num encontro que, mais do que um gesto de boa vontade, revela a profunda crise de discernimento que permeia a liderança da Igreja atualmente.